A saúde da advocacia
Dra Ionita de Oliveira Krügner
O dia a dia da advocacia é cercado de atividades que envolvem muita leitura, confecção de peças processuais, organização de documentos, audiências e defesa e criação de teses jurídicas.
Inerente à Advocacia, o sofrimento alheio é o que permeia seu dia a dia, o que faz com que a busca dos ideais de justiça, humanidade, cidadania, da preservação de direitos no justo e no ético, lhe ofereça muitas recompensas, mas também um apropriar do sentimento das dores do outro. É da profissão, certamente, mas que pode lhe ocasionar transtornos e frustrações que não raro, desencadeiam doenças das mais variadas.
Em razão dessa rotina, a classe advocatícia tem desenvolvido certos distúrbios ao longo dos anos, notadamente nesse período de pandemia em que toda a população permanece em estado de agitação, preocupação e medo em que o distanciamento social trouxe para a classe advocatícia uma aproximação digital que não respeita horário comercial.
Advogadas e advogados parecem estar à disposição de sua clientela a todo e qualquer horário por meio de simples mensagens digitais.
Esse comprometimento associado a uma vida pressionada pelos prazos processuais e por resultados satisfatórios a todo tempo tem ocasionado determinados distúrbios recorrentes a exemplo das perturbações do sono, ansiedade, desgaste, exaustão e por assim dizer a também chamada depressão.
Já catalogadas as patologias como a TAG, Transtorno de Ansiedade Generalizada, que é a presença de sintomas ansiosos excessivos, a Síndrome de Bornout, também chamada de estresse ocupacional em que a pessoa se encontra no ápice do esgotamento físico, mental e emocional, especialmente em profissões que exigem dedicação em tempo quase integral, a Síndrome e Transtorno do Pânico as quais ocorre descarga do sistema nervoso autônomo, podendo ocasionar dor torácica, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas e formigamentos e ondas de calor, já alcançaram os operadores do direito.
Diante desse cenário, a classe deve atentar-se a cuidar de sua saúde mental e física agregando mudanças que potencializem a sua qualidade de vida e, consequentemente, influenciar seus resultados.
A saúde é o bem mais precioso que o ser humano pode conservar, sem ela os demais são de diminuto valor, inexpressivos talvez.
Comprovadamente exercícios físicos ajudam na fluidez de pensamento e reconecta a mente ao corpo, praticar atividades físicas, ter uma alimentação saudável e cuidar da saúde mental são elementos importantes para ter um corpo e mente equilibrados.
Atualmente outros hábitos foram incorporados saúde, como a higienização das mãos, uso de máscaras, evitar aglomeração e vacinar-se.
( A autora é Advogada; Coordenadora da Comissão Regional da Mulher; Advogada da OAB/SP e Presidente da Comissão de Direito Desportivo, Esporte e Saúde da OAB/Rio Claro).